Comparação constante com o outro. Sofre como eu, apenas um outro ser, sem grande respostas do mundo e do universo. Contudo, considero-o superior, as suas virtudes maiores, constituído por grandes qualidades, das quais muito provavelmente não vou conseguir alcançar. Tem algo para se agarrar, algo em que se focar, eu fico-me pelo que não sou e gostaria de ser.
Facto estúpido sobre mim, momentos passados nesta constante agonia, sem fim, sem rumo. Não existe objetivo, não me torna melhor pessoa ou mais feliz, perco a sensatez, aquela que me deixou faz muito tempo, fico sonâmbula na luz do dia.
Deixo que meras faces me afetem, não suporto o sentimento de inferioridade, com ele vivo durante um longo período de tempo. Com ele cresci e aprendi o abecedário, com ele fiz os primeiros amigos, com ele deixei os mais tóxicos.
Vejo-me no espelho e declaro guerra comigo, com a minha imagem e pessoa, não compreendo tamanha admiração por parte dos outros.
Escrevo para desanuviar, tenho tarefas a cumprir, tarefas das quais não transfiro energia.
Foco-me mais no passado, toda a energia acumulada encontra-se lá. Passado que foi, porém passado que permanece.